31 dezembro 2010

onde estou?

devo estar

........e..m.......a.l...g....u..m.........l.u..g....a...r

entre

as minha experiências (subjetivas)
e
as minnhas análises (objetivas)


 .





.

29 dezembro 2010

1/2 + 1/2

aos meus 28 anos de idade
foi um momento na minha vida
da tomada de decisões
que me marcaram profundamente
sabia muito das minhas ambições
pelo menos a aparente...
mas menos sabendo das minhas limitações




agora passados mais 28 anos
não sei como olhar
esses passados
aliás, sei sim...
sei do meu jeito

26 dezembro 2010

eu

.
o que eu sinto, eu não ajo.
o que ajo, não penso.
o que penso, não sinto.
do que sei, sou ignorante.
do que sinto, não ignoro.
não me entendo
e ajo como se
me entendesse
            clarisse linspector
.
.

24 dezembro 2010

há exatamente 1 ano atrás....

há um ano atrás
o passado se revelou
as pessoas com quem convivi
tão intimamente....
não eram como eu os viam
escondidas de mim
na calada da noite
faziam coisas


aliás, na verdade
eu os tinha como um fato
em outras palavras
acreditava cegamente na minha visão


preferia não saber
a ser enganado
aliás, se me examinar bem
eu não sei, não há como saber
ser enganado, é viagem minha


fui obrigado a aprender
na marra que
as pessoas fazem
do jeito que elas querem
e não do meu jeito
as pessoas fazem 
com as razões próprias delas
e não com as minhas


e agora
quase vinte anos depois
a questão permanece: . . .
- tinha mesmo alguém

na minha árvore?



"yamaguishi fields forever", parafraseando lennon em "Strawberry Fields Forever"

22 dezembro 2010

Família neandertal canibalizada é encontrada em caverna na Espanha

 22/12/2010 09h10 - Atualizado em 22/12/2010 10h02

Família neandertal canibalizada é encontrada em caverna na Espanha

Segundo pesquisadores, ossos encontrados em caverna indicam que indivíduos foram mortos e comidos por outros neandertais.

Arqueólogos descobriram os restos de uma possível família de 12 neandertais que foram mortos há 49 mil anos numa caverna da região de Astúrias, no norte da Espanha.
Segundo os pesquisadores, marcas nos ossos mostram sinais de atividade canibal, indicando que os indivíduos encontrados foram comidos por outros neandertais.
Detalhes da descoberta foram publicados na última edição da revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences.
Apesar de os fragmentos de ossos de seis adultos e seis crianças terem sido encontrados dentro da caverna, os arqueólogos acreditam que eles viviam e foram mortos na superfície, mas que teriam sido envolvidos pela caverna após um desabamento.
Fragmentos de ossos foram encontrados em caverna das AstúriasFragmentos de ossos foram encontrados em caverna das Astúrias (Foto: Divulgação )












'Todos eles mostram sinais de canibalismo. Eles têm marcas de cortes em vários ossos, incluindo os crânios e as mandíbulas', disse o arqueólogo Carles Lalueza-Fox, do Instituto de Biologia Evolucionária de Barcelona, que coordenou o estudo.
'Os ossos longos foram fragmentados para tirar o tutano, então todos os sinais de canibalismo que foram descritos em outros locais de neandertais estão presentes nesses indivíduos', afirmou.
Família
A conclusão de que o grupo era uma família vem da análise do DNA mitocondrial, o material genético encontrado nas células animais passado pela linhagem feminina.
Os dados genéticos sugerem que enquanto os três adultos do sexo masculino no grupo tinham a mesma linhagem materna, as três mulheres do grupo tinham origens maternas diferentes.
Segundo os pesquisadores, isso mostraria que pelo menos nesta família de neandertais, as mulheres vieram de fora do grupo, enquanto que os homens permaneceram no grupo familiar ao chegar à idade adulta.
Esse modelo do que é chamado 'patrilocalidade' é comumente visto em algumas culturas modernas, observa Lalueza-Fox, com os homens permanecendo na casa da família após o casamento com uma mulher de outro grupo.

Café in Paris - 07/05/2010

De cite-lafaiette-carol

11 dezembro 2010

motivação 2

na sinceridade
na real
devo admitir que
dentre as minhas motivações
a necessidade de aprovação

a necessidade de aceitação

dos outros

é o que trago
desde quando?


não está bom assim...
não estou bem assim...
desse jeito, não serei aceito...

a motivação deturpada, inflexa







26 novembro 2010

interrogação( ? ), exclamação( ! ) e ponto final( . )

todo conhecimento humano
foi construído a partir de pontos de interrogação
não de exclamação
muito menos de pontos finais

24 novembro 2010

Sacks mostra como mente "cria" mundo

Novo livro do escritor aborda reconstruções da percepção quando área visual do cérebro tem descompasso
Cegos que ainda são capazes de "ver" e os mistérios da visão em 3D dominam nova obra do neurologista inglês


Moacyr Lopes Junior-19.5.05/Folhapress

Oliver Sacks em palestra em SP

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA 

Autor de romances policiais, o canadense Howard Engel chegou a imaginar que estava sendo vítima de uma estranha conspiração ao tentar ler o jornal numa manhã de julho de 2001.

"Quando eu focalizava as letras, ora pareciam cirílico [alfabeto do russo e de outras línguas eslavas], ora coreano", contou Engel em carta ao neurologista e escritor britânico Oliver Sacks. Não era um plano maligno da KGB: Engel tivera um derrame numa pequena área do lado esquerdo do cérebro.

Anedotas como essa se juntam como as peças de um quebra-cabeças em "O Olhar da Mente", livro de Sacks que acaba de chegar ao Brasil. A mensagem mais ampla é clara: não há nada de automático na maneira como achamos que vemos o mundo.

Histórias como as de Engel mostram que o conjunto olho-cérebro está menos para câmera digital e mais para simulador de realidade virtual, usando pistas às vezes enviesadas para construir um modelo do mundo na cabeça de cada pessoa.

Na entrevista abaixo, Sacks fala da relação entre ciência e literatura e diz que a interface entre cérebro e máquinas tem potencial para revolucionar o modo como os sentidos funcionam.
 
Folha - Como é que o sr. normalmente escolhe o fio condutor de um livro? O sr. começa com o tema na cabeça e depois busca relatos de pacientes que se encaixem na ideia, ou é o contrário?Oliver Sacks - Depende muito de quem me contata, do que acontece no meu cotidiano. Acidentes desempenham um papel muito grande para um médico. As coisas não são nem de longe tão sistemáticas quanto o cotidiano de um cientista.

Por que ainda é raro ver livros sobre ciência serem reconhecidos como literatura?
Fico tentado a dizer que algumas pessoas naturalmente vão gostar mais desse tipo de obra do que outras. Não penso em mim mesmo como um homem de letras. O que tento é dizer as coisas com a maior clareza e maior naturalidade possíveis.
Acho que é importante ler em voz alta. Quando escrevo, tento ouvir cada frase na minha cabeça, e acho que esse ouvido para o que se está escrevendo é crucial.

Os casos extremos que o sr. descreve ajudariam a mostrar que até as pessoas que chamamos de normais apenas usam seu cérebro para construir uma espécie de modelo do mundo, que nunca é a mesma coisa que o "mundo real" em si?
Em primeiro lugar, não penso em meus casos como extremos. Acho que eles apenas são os mais exemplares, digamos.
Quando falamos de coisas como o ato da leitura, ou a capacidade de reconhecer rostos, a tendência é considerar essas habilidades como algo natural. E as pessoas não têm a menor ideia de como essas coisas funcionam.
Isto é, a menos que você as analise. E ver pessoas cujas faculdades de reconhecimento foram esfaceladas faz, por exemplo, com que seja possível perceber que certa capacidade está associada a certa parte do cérebro.
Dessa maneira, você aprende que é possível saber o que a leitura ou o reconhecimento de rostos são em todas as demais pessoas. Ou seja: estudar um cérebro anormal lança muita luz sobre os cérebros normais.

Na última década, as pesquisas cujo objetivo é criar interfaces entre o cérebro humano e as máquinas avançaram muito. Qual o potencial dessas tecnologias para mudar a maneira como as pessoas percebem o mundo?
Conectar o cérebro a máquinas que possam se movimentar é muito empolgante para pessoas que ficaram paralisadas, pessoas que estão "trancadas" dentro do próprio cérebro por causa de alguma lesão e não possuem nenhum modo de se comunicar com o mundo exterior.
Na parte final do meu livro, abordo a chamada substituição sensorial, na qual uma câmera de vídeo é conectada a eletrodos implantados na língua do paciente.
Essa pessoa, então, é capaz de interpretar esses estímulos sensoriais na língua como uma percepção visual, mesmo que ela não enxergue. Isso não exige a implantação de eletrodos no cérebro. Mas nós vemos e ouvimos com nosso cérebro, e em breve vai ser possível -é algo que já foi conseguido em modelos animais- enxergar com essas interfaces.
E isso vai revolucionar a medicina.


Cérebro "maleável" explica estranhas habilidades

Uma palavrinha técnica crucial está por toda a parte no livro de Sacks e mostra que uma revolução na maneira como se entende o cérebro triunfou. O termo-chave é "plasticidade".
A plasticidade cerebral é o oposto da ideia de que não dá para ensinar truques novos a cachorro velho. Durante muito tempo, neurologistas e biólogos acreditaram que, depois de um "período crítico", da gestação aos primeiros anos de vida, o cérebro se tornava um órgão pouco maleável, incapaz de grandes reorganizações de funções e capacidades. Qualquer dano ao conjunto seria irreparável.
Muita coisa mudou, no entanto, a começar pela descoberta, nos anos 1990, de que o cérebro adulto é capaz de gerar novos neurônios. E o acompanhamento de pacientes como os que estrelam "O Olhar da Mente" mostra que é possível remodelar a arquitetura cerebral para compensar deficiências graves ou adquirir habilidades que parecem sobrenaturais.
No primeiro quesito, uma das histórias mais emblemáticas é a de Sue Barry, neurobióloga que nasceu com estrabismo grave e foi submetida a cirurgias para corrigir os músculos dos olhos dos dois aos sete anos de idade.
Apesar disso, nunca desenvolveu visão binocular normal, a única que permite uma visão 3D "natural". Já na meia-idade, novas lentes para os óculos e cansativos exercícios fizeram com que ela finalmente aprendesse a ver o mundo em 3D.
O resultado só pode ser descrito como uma epifania: o volante do carro parece "pular" na direção dela; de repente, ela percebe o espaço entre o garfo e o prato. "Gostaria de tirar um dia para andar por aí e OLHAR", escreve.
Outra tribo fascinante do livro é a dos cegos visuais, cujo cérebro manteve a capacidade de manipular imagens "virtuais". Entre eles, se destaca o australiano Zoltan Torey, que passou até a projetar equipamentos depois de perder a visão.

O OLHAR DA MENTE
AUTOR Oliver Sacks
TRADUÇÃO Laura Teixeira Motta
EDITORA Companhia das Letras
QUANTO R$ 44 (232 pág
s.)

21 novembro 2010

senso

..
entre o real
e o irreal,

o senso
de realidade,
..
ainda que
nos resta,
que
o perca,
..
acato,
acat,
aca,
ac,
a,
.

10 novembro 2010

motivação

se  a
 

motivação 

é antecipação do prazer, 

o que tenho
 
como  

prazer?

?

08 novembro 2010

eu e a minha família

olhar-me a fundo siginifica
conhecer a minha própria família

conhecer a minha própria família
significa olhar-me a fundo

28 outubro 2010

Salvem o planeta, O biólogo americano diz que a situação é tão grave que ciência e religião deveriam se unir na defesa da biodiversidade



"Religiosos e cientistas deveriam deixar de lado as diferenças. Para ambos, a natureza é sagrada, pois dela depende a criação humana"
https://pt.wikipedia.org/wiki/Edward_Osborne_Wilson

Autor de um celebrado estudo sobre a fartura de seres vivos no planeta, chamado Diversidade da Vida, o biólogo americano Edward Wilson foi um dos pioneiros a alertar sobre a extinção em massa de espécies causada pela atividade humana no século XX. Em sua mais recente empreitada – cujo resultado está no livro A Criação, a ser publicado em setembro nos Estados Unidos –, ele analisou as relações entre religião e ciência e propôs uma solução para o confronto ideológico nesse campo. "Religiosos e cientistas deveriam ter um objetivo comum: defender a natureza, porque dela depende a criação humana", diz Wilson. Fundador da sociobiologia, ciência que estuda as bases genéticas do comportamento social dos animais, inclusive o ser humano, ele ganhou duas vezes o Prêmio Pulitzer – por Formigas, inseto do qual é o maior especialista mundial, e Sobre a Natureza Humana, em que estuda o modo como a evolução se reflete na agressividade, na sexualidade e na ética humana. Aos 76 anos, aposentado mas em plena atividade como professor e escritor, Wilson concedeu a seguinte entrevista de seu escritório na Universidade Harvard, nos Estados Unidos.  

V. – Mais de 80% da população dos Estados Unidos não acredita na teoria da evolução. Trata-se de um fenômeno tipicamente americano?
 

Wilson – Para 51% dos americanos, a espécie humana foi criada por uma força superior alguns milhares de anos atrás. Outros 34% acreditam que houve uma evolução guiada por Deus. Os 15% restantes dizem que os cientistas estão corretos. Esses números são extraordinários porque representam exatamente o oposto do que pensam os europeus. Na Europa, 40% da população dá razão à tese de que as espécies evoluíram pela seleção natural. Apenas uma minoria concorda com os criacionistas, que descartam a teoria da evolução.  

V. – O que explica o vigor do criacionismo, a ponto de estar em cogitação ensiná-lo nas escolas americanas, em oposição à teoria da evolução das espécies?

Wilson –
 Algumas organizações religiosas estão conseguindo introduzir no governo americano a tese do design inteligente. Isto é, que foi Deus quem guiou a evolução. Ajuda o fato de termos um presidente, George W. Bush, que acredita que Deus fala com ele quando toma certas decisões ou vai à guerra. Isso fortalece as crenças fundamentalistas mais radicais da população. Para completar, após os atentados de 11 de setembro, a população americana, sentindo-se vulnerável, agarrou-se à idéia de que o país precisa se voltar mais para a religião. Em meu próximo livro, A Criação, faço um apelo às pessoas religiosas. Peço que deixem de lado suas diferenças com as pessoas seculares e os cientistas materialistas, como eu, e se juntem a nós para salvar o planeta. A ciência e a religião são as duas forças mais poderosas do mundo. Para ambas, a natureza é sagrada.  

V. – O senhor sustenta existir uma relação direta entre a seleção natural e o sentimento religioso. Qual é?
 Wilson – A religião está sempre dizendo às pessoas que sobrevivam, e esse é um princípio básico da seleção natural. A religião estimula a mente humana a transpor as dificuldades, a juntar-se a outros indivíduos e a se comportar de maneira altruísta em favor do grupo. O objetivo é a sobrevivência do grupo. Isso explica por que as religiões são tão tribalistas.  

V. – Qual é o erro da teoria do design inteligente, a idéia de que a complexidade dos organismos vivos é a melhor prova da existência de um projetista divino?

Wilson –
 O único argumento dos defensores do design inteligente é que a ciência não consegue explicar todos os detalhes da evolução e dos fenômenos naturais. Para eles, isso é o suficiente para justificar a crença numa força sobrenatural por trás do inexplicável. Obviamente, não se trata de um argumento científico. A motivação dos cientistas é justamente a de descobrir a verdade sobre o que ainda não se consegue explicar. Ao adotar a crença de que a evolução é uma invenção de Deus, a religião coloca em risco sua credibilidade e prestígio. Se os defensores do design inteligente tivessem evidências da existência de forças sobrenaturais nos processos físicos e biológicos, os cientistas seriam os primeiros a estudar esses fenômenos.  

V. – É possível aceitar a teoria da evolução e, ao mesmo tempo, ser religioso?

Wilson –
 Sim, claro. Eu próprio me considero um espiritualista. Acredito na grande força do espírito humano. Mas não creio em vida após a morte ou em uma alma separada do corpo e da mente. A criatividade, a estética, o sentimento de totalidade e o amor são essencialmente parte do funcionamento da mente. Sabemos que o cérebro se comporta de maneira diferente quando ocorrem mudanças químicas no organismo ou quando nos machucamos. Isso sugere que a essência humana depende de um sistema celular complexo. Não há incoerência alguma em acreditar que os sentimentos têm uma base física e, ao mesmo tempo, ter uma visão espiritual da mente humana.  

V. – O senhor não se sentiria reconfortado se soubesse que existe vida após a morte?

Wilson –
 Pense no que significaria passar o resto da eternidade no céu. Não fomos feitos para isso. A mente humana foi construída para durar por um tempo limitado. Ultrapassar esse limite seria obrigar o indivíduo a uma existência infernal. Uma pesquisa com a elite científica dos Estados Unidos mostrou que 85% dos pesquisadores não se importam se existe ou não vida após a morte. Eu não me importo.  

V. – O senhor afirmou certa vez que se considera um deísta provisório. O que quer dizer com isso?
Wilson – Primeiro é preciso definir teísmo e deísmo. O teísmo é a crença de que Deus intervém nos assuntos humanos. Deus seria capaz de fazer milagres e está diretamente ligado ao discurso humano. Já o deísta é aquele que aceita a possibilidade de existir uma força superior que estabeleceu as leis responsáveis pela criação do universo. O deísta, no entanto, não acredita que Deus esteja envolvido nos assuntos diários dos seres humanos. Enquanto não soubermos dar uma melhor explicação para o início do universo, considero-me um deísta provisório. A ciência está avançando rapidamente. Quem sabe em breve os físicos já possam explicar de onde viemos.  

V. – Muitos críticos dizem que a ciência é uma espécie de religião e que a teoria da evolução exige devoção. O senhor concorda?

Wilson –
 Não. Existe uma grande diferença. A religião exige fé, uma fé sem questionamentos. A ciência não tem nada parecido com isso. Baseia-se em um conjunto de conhecimentos acumulados e tem uma trajetória de agregar mais e mais informações que explicam o mundo. É um processo de busca, de exploração e descoberta. Totalmente diferente de religião.  

V. – O senhor vê progresso na evolução?

Wilson –
 Sim, porque em bilhões de anos a evolução tem produzido espécies cada vez mais complexas, um maior número de organismos e ecossistemas mais sofisticados. Se tomarmos exemplos isolados, no entanto, veremos que nem sempre a evolução significa progresso. Afinal, ela é fruto de mutações e mudanças genéticas aleatórias. Há casos de parasitas que perderam os olhos e de animais que perderam os pés. Se complexidade é progresso, então essas espécies regrediram.

V. – O fato de o ser humano ter evoluído a ponto de controlar a natureza como nenhum outro animal nos dá o direito de fazer o que quisermos com as outras espécies?

Wilson –
 A espécie humana sem dúvida é a mais sagrada do planeta. Afinal, é a mais inteligente e a única civilizada. Nos estágios iniciais da nossa evolução, quando os seres humanos viviam da caça e em bandos, o objetivo era derrotar a natureza, porque isso era uma questão de sobrevivência. Hoje, derrotar a natureza significa destruir parte do que resta de vida na Terra. Temos de saber quando parar. Estamos arruinando a natureza só para abrir um pouco de espaço para mais seres humanos. Isso não é progresso, nem sob o aspecto moral, nem como opção para garantir o futuro da humanidade. Nós precisamos da natureza para garantir a produtividade na biosfera. A espécie humana foi bem-sucedida demais.  

V. – Um estudo da ONU estimou que em 2050 a população da Terra atingirá o pico de 9 bilhões de pessoas, para então estabilizar. Como podemos melhorar a situação econômica de tanta gente e, ao mesmo tempo, impedir a destruição da natureza?
Wilson – A maioria dos especialistas acredita que os recursos existentes na Terra suportariam essa superpopulação sem destruir a natureza. É preciso aumentar a produtividade da terra, e, para isso, temos de utilizar sementes geneticamente modificadas. A espécie humana depende de apenas vinte tipos de planta para se alimentar. Arroz, milho e trigo são as principais. Existem, no entanto, mais de 50.000 plantas cultiváveis. Muitas delas podem se tornar viáveis economicamente com a modificação genética. Se soubermos preservar o que restou da natureza e torná-la mais produtiva, conseguiremos alimentar os 9 bilhões de pessoas previstos para 2050.  

V. – Por que existe resistência tão grande aos alimentos geneticamente modificados?

Wilson –
 O primeiro medo é o de que existam riscos ambientais no uso de transgênicos. Há quem tema, por exemplo, que possam dar origem a superbactérias, resistentes a qualquer tipo de remédio. Essa é uma visão hollywoodiana. Não existem evidências de que isso possa ocorrer. Já há as superbactérias, mas elas são naturais. Em geral são espécies de outros países ou continentes trazidas sem querer em navios ou aviões. Em ambientes sem a competição de outras espécies, essas bactérias se espalham e acabam se tornando pestes sérias. O segundo temor é o de que os alimentos transgênicos possam ser prejudiciais à saúde humana. Até agora também não há evidências disso, apesar dos inúmeros estudos. Nos Estados Unidos, 40% dos alimentos consumidos pela população são geneticamente modificados. Há quem diga que isso não é natural. Bobagem. Na prática, temos feito isso há 10.000 anos. Desde que a agricultura foi inventada, criamos plantas e animais modificando sua genética e escolhendo as melhores espécies. Isso não é diferente de introduzir novos genes diretamente em uma espécie. Não é o gene que interessa, e sim se o produto criado com ele é bom.

V. – Por que é tão urgente preservar a biodiversidade do planeta?

Wilson –
 Um cálculo feito em 1997 por biólogos e economistas mostrou que as espécies de todos os ecossistemas contribuíram com 30 trilhões de dólares em "serviços", como limpeza e retenção de água, regeneração de solo e limpeza da atmosfera. Esse valor era, naquele momento, próximo ao de toda a produção humana. Dependemos da biodiversidade mais do que imaginamos. Outro aspecto é que estamos começando a compreender como as espécies que surgiram 1 milhão de anos atrás foram extintas e substituídas por outras. Isso é importante para entendermos a origem da vida. Precisamos desse conhecimento. Os cientistas identificaram apenas 10% das espécies e organismos existentes no planeta. Conhecer os 90% restantes tem um valor inestimável.  

V. – Alguns cientistas dizem que a espécie humana está vivendo uma evolução acelerada. A tese é a de que a humanidade está começando a decidir sobre sua própria evolução. O senhor concorda?

Wilson –
 Sim, em meu livro dei a esse fenômeno o nome de evolução voluntária. Estamos próximos de atingir um estágio de desenvolvimento em que poderemos escolher o caminho da nossa evolução. Em breve poderemos eliminar totalmente doenças genéticas, como fibroses, simplesmente substituindo os genes defeituosos. Essa é uma forma de conduzir a evolução. A questão é se deveria ser permitido usar a engenharia genética para melhorar indivíduos humanos. Em alguns anos, os pais poderão escolher se o filho será um bom atleta ou um bom músico. Devemos permitir isso? Trata-se de uma questão ética que ainda não foi analisada em profundidade. Simplesmente porque ainda não estamos enfrentando os problemas relacionados a essas possibilidades tecnológicas. Em algum momento, a humanidade deverá decidir sobre isso, e aí teremos a evolução voluntária. Precisaremos ser muito cuidadosos ao mudar a natureza, pois é ela que nos faz humanos.

V. – Qual o limite?

Wilson –
 Não sei, está fora do meu alcance. Precisamos de mais conhecimentos sobre genética, saber melhor o que somos, qual é a natureza humana e quais as conseqüências dessas mudanças na organização da nossa sociedade atual. É uma grande pergunta. Nós mal conseguimos entender a nós mesmos nas condições atuais. Tentar entender como seríamos se nos alterássemos geneticamente é um passo gigantesco.  

V. – Em sua opinião, é eticamente aceitável tentar encontrar uma explicação genética para o comportamento homossexual?

Wilson –
 Sim. Quanto mais soubermos, quanto mais verdades tivermos, mais teremos capacidade de resolver questões que mobilizam a sociedade. Já existem algumas evidências de que a homossexualidade acontece por um componente genético hereditário. Parte da variação da preferência sexual deve-se aos genes. Se soubermos o que está envolvido nisso, poderemos tomar decisões racionais e morais sobre o assunto. Se a ciência provar que a homossexualidade tem uma base genética e que o gene está bem distribuído pela população, os gays vão poder dizer: "A evolução natural nos fez assim, e, por isso, não há nada de errado no que fazemos e no tipo de vida que levamos". Esse é um ótimo argumento. Por outro lado, se descobrirmos que a homossexualidade não tem nenhuma origem genética, ganhará força a tese de que esse comportamento sexual tem como causa um trauma ocorrido na infância. Os defensores dessa tese terão argumentos para querer curar ou corrigir os homossexuais. Até descobrirmos a verdade sobre isso, essa discussão vai continuar indefinidamente. Por isso, quanto mais soubermos, mais livres seremos.

15 outubro 2010

De como Serra teria afundado o Brasil

reproduzo aqui, um post da minha amiga wall...

http://walkyria-suleiman.blogspot.com/2010/10/de-como-serra-teria-afundado-o-brasil.html

Gentefina, por favor, como um carinho especial com esta que vos fala, tenham a paciência de assistir a esse vídeo. Se não por mim, pela nação.

Vocês se lembram da crise financeira mundial em 2008? Se lembram então como Lula foi criticado por seus atos e palavras dizendo que aqui no Brasil a crise não seria um Tsunami, mas uma marolinha? Seus adversários mais ferrenhos, eram do PSDB, encabeçados por....

Assite gentefina, assiste vai. Nem precisa comentar, nem precisa nada. Só assiste e pensa.

by Wall



.....
...
..
.

06 outubro 2010

Totyan - A Thousand Winds







A Thousand Winds

Do not stand at my grave and weep.
I am not there, I do not sleep.

I am a thousand winds that blow.
I am the diamond glints on snow.
I am the sunlight on ripened grain.
I am the gentle autumun's rain.

When you awaken in the morning's hush,
I am the swift uplifting rush
Of quiet birds in circled flight.
I am the soft stars that shine at night.

Do not stand at my grave and cry;
I am not there, I did not die.



Mil Ventos

Não chore
Não fique ai na frente
Não estou ai neste jazigo

Eu não estou aí
Nem estou dormindo
Eu me tornei em mil ventos

Que sopram na vastidão desse céu
Eu sou a neve cintilante como diamante no inverno
Eu sou a luz do sol sobre o grão amadurecido
Eu sou a chuva suave do outono
Eu sou o som da revoada das aves

Que vai despertar-te na manhã silenciosa
Eu sou as estrelas que brilham macias à noite
Que cuidadosamente te olham

Não fique aí no meu túmulo chorando
Eu não estou lá
Eu não morri

Eu sou o mil ventos
Que acariciam o teu rosto





千の風

私のお墓の前で 泣かないでください
そこに私はいません 眠ってなんかいません
千の風に 千の風になって
あの大きな空を 吹きわたっています

秋には光になって 畑にふりそそぐ
冬はダイヤのように きらめく雪になる
朝は鳥になって あなたを目覚めさせる
夜は星になって あなたを見守る


私のお墓の前で 泣かないでください
そこに私はいません 死んでなんかいません
千の風に 千の風になって
あの大きな空を 吹きわたっています
あの大きな空を 吹きわたっています

我が人生、過去において、関わった人々 - by hosuke minowa

06/10/2010

墓碑愛



箕輪民弥Tamiya Minowa5015/08/1967
箕輪いとIto Minowa7724/03/1969
佐々木保作8714/07/1974
箕輪美恵子Mieko Minowa5226/09/1976
弓場勇Isamu Yuba7210/12/1976
宮川房夫5001/12/1977
箕輪喜六Kiroku Minowa9630/01/1978
弓場はま06/11/1978
箕輪新七Shinshiti Minowa8606/11/1986
箕輪深見Fukami Minowa3716/07/1987
箕輪けさみKesami Minowa7023/09/1987
箕輪もとみMotomi Minowa6513/06/1989
佐々木よねYone Sassaki9222/10/1991
佐藤とし子6810/03/1996
佐藤けい8619/09/1997
若島の8723/04/1998
若島岸子7515/09/1998
今本道子7108/11/2002
箕輪勤助Kinsuke Minowa9331/01/2003
弓場哲彦Tetsuhiko Yuba7226/09/2003
望月たみ03/10/2004
佐々木亨8607/08/2008
今本武士8619/03/2009
坂井マリナMarina Sakay8805/09/2010
箕輪保助Hosuke Minowa8906/10/2010




03 outubro 2010

Religião é componente genético...






 













http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI138443-17770,00-RELIGIAO+E+COMPONENTE+GENETICO+AFIRMA+AUTOR.html


Religião é componente genético, afirma autor

Britânico Nicholas Wade, autor do livro The Faith Instinct, defende que a seleção natural privilegiou os humanos religiosos

por Érika Kokay

Nicholas Wade, repórter especializado em ciência do New York Times, juntou religião e as ideias evolutivas de Darwin - duas coisas aparentemente opostas. Em seu livro: The Faith Instinct (O Instinto de Fé, sem edição no Brasil), defende que a religiosidade é um comportamento universal humano, presente em todas as sociedades, e provavelmente moldada pela seleção natural em milhares de anos. Para ele, todos nós temos um instinto religioso, que nos faz querer ter fé.

A relação do repórter com a religiosidade começou no Eton College, no condado inglês de Buckingham. Fundada pelo rei da Inglaterra Henrique VI, a escola manteve seu currículo quase intacto ao longo dos mais de 500 anos que separam sua fundação, em 1440, do ingresso de Nicholas Wade, durante o colegial. Devido à grade secular, ele aprendeu latim e grego, estudou diversas religiões e frequentava a igreja duas vezes ao dia, exceto aos domingos. “Eu acho que essa familiaridade com os hinos e com a liturgia da Igreja da Inglaterra me fez apreciar a religião e me ajudou a entender porque ela tem sido uma força tão poderosa ao longo da história”, diz Wade.

Em seu livro, ele reúne citações de antropólogos, sociólogos, economistas, historiadores, psicólogos, teólogos para mostrar ao mundo com quanto de fé se constrói um homem. Nicholas Wade conversou conosco sobre seu livro - que é de ciência, segundo ele. “Enquanto a base genética para o comportamento religioso existir, as pessoas estarão inclinadas em relação à religião”, ele destaca. Confira a entrevista

Seu livro é um livro religioso ou um livro de ciência?
Olho para a religião a partir da perspectiva da ciência e, mais especificamente, da teoria da evolução. Portanto, é um livro de ciência - um livro de ciência sobre a religião.

Há quanto tempo o homem é religioso?
Toda sociedade humana conhecida tem alguma forma de religião. Desde que a religião é como um comportamento distintivo, é altamente improvável que cada sociedade tenha desenvolvido sua religião de forma independente. Religião deve ter sido um dos comportamentos que as sociedades humanas herdaram da população ancestral antes que estas se dispersassem por todo o globo. Como a dispersão da população humana moderna ocorreu há cerca de 50 mil anos, a religião deve existir há pelo menos esse tempo.

E quando ela teve início?
Ninguém sabe. Os rituais religiosos, com base em danças e cantos sem palavras, poderiam ter existido antes mesmo da linguagem. Mas a data em que a linguagem evoluiu também é desconhecida, só se sabe que foi depois de nos separarmos dos chimpanzés, há 5 milhões de anos, e antes da dispersão da população humana moderna, há 50 mil anos.

As religiões podem estar conectadas em um ponto de origem comum?
A população ancestral humana era muito pequena, houve um ponto em que não éramos mais de 5.000 pessoas. Pode ser que, nesta época, existisse uma religião única, a partir da qual todas as religiões de hoje são descendentes.

E por que isso é importante?
Novas religiões são formadas quando uma seita se separa de uma religião-mãe, e isso significa que, em um princípio, todas as religiões do mundo podem estar postas em uma única árvore de descendência. Isto é importante porque mostra a unidade da religião. Também nos ensina a olhar para as ligações históricas entre as religiões, que os autores religiosos podem ter tido o cuidado de ocultar. O Islã, por exemplo, pode ter raízes profundas no cristianismo, mas não é evidente.

A religiosidade trouxe benefícios à evolução dos seres humanos? 

A religião resolveu, de forma muito eficiente, um problema difícil: como o nosso cérebro cresceu, cada indivíduo pode calcular melhor o seu próprio interesse e colocá-lo à frente do interesse do grupo. Mas uma sociedade em que todos colocam seu próprio interesse em primeiro plano se fragmentará brevemente.

A religião era uma maneira de dar coesão ao grupo. Com cânticos e rituais, fez com que todos se comprometessem com as regras, que foram criadas para promover comportamentos que ajudariam o grupo. Este compromisso não foi uma promessa ou uma intenção consciente. O compromisso criado pela religião é profundo, emocional, e muito mais difícil de ser ignorado. Grupos ligados à religião tiveram um forte tecido social, e seus membros estavam mais dispostos a defendê-los, mesmo a sacrificar suas próprias vidas na batalha por aquela religião.

E como a seleção natural está ligada a isso?
Os primeiros humanos eram bastante territoriais e agressivos. Nesta circunstância, a seleção natural teria favorecido os grupos mais religiosos, uma vez que tinham um grupo mais coeso, mais unido, e conseguiram prevalecer mais vezes contra os seus inimigos. Por fim, os genes para os comportamentos religiosos se tornaram universais na população humana inicial.

Essa teoria da seleção natural vem sido criticada por muitos cientistas.
Os seres humanos são animais altamente sociais, e sua sociabilidade deve ter evoluído de alguma forma. Mas a sociabilidade - o que significa colocar os interesses da sociedade à frente do próprio interesse - constitui um sério desafio para a teoria evolutiva, uma vez que qualquer esforço para ajudar outras pessoas prejudica os esforços para resolver as próprias necessidades.  Os biólogos evolucionistas não estão de acordo com a resposta a esta questão, então eu não posso resolvê-la. Mas eu acho que a seleção natural pode favorecer grupos, assim como indivíduos. A ideia foi proposta inicialmente pelo próprio Darwin, embora seja impopular no momento. Alguns biólogos, como E. O. Wilson (vencedor de dois Pulitzer e apontado pela Time em 1995 como uma das 25 pessoas mais influentes dos Estados Unidos), já se manifestaram a favor da seleção de grupos e espero que ela se torne mais difundida no futuro.

Por que algumas religiões sobreviveram – e se tornaram dominantes – e outras não?
É difícil separar o que molda uma sociedade bem-sucedida do que molda uma religião bem-sucedida. É claro que as duas coisas estão ligadas. Uma religião que molda a sua sociedade com mais coesão se espalha melhor em detrimento de outras; em primeiro lugar dentro da sociedade e, em seguida, conquistando outras sociedades.  Dentro do Império Romano, por exemplo, o cristianismo mostrou-se mais atraente do que a religião romana tradicional. Uma vez adotado como religião oficial, o destino do cristianismo estava ligado ao do Império Romano. O Islã propagou-se no interior das áreas conquistadas pelos árabes. O judaísmo não é uma religião do Império, mas sobreviveu por causa da tenacidade com que seus seguidores a abraçaram. Os judeus, por sua vez, não teriam sobrevivido sem a sua religião.

Você acredita que o tempo mudou o tipo de religião que as pessoas precisam?
Sim, as religiões tradicionais parecem estar perdendo sua influência, certamente na Europa.

Por que então as pessoas ainda têm o desejo de acreditar em algo?
As pessoas ainda têm o desejo de acreditar porque um instinto para o comportamento religioso foi incorporado pela evolução no circuito neural do cérebro - este é o principal argumento do livro. Assim, mesmo as pessoas que não acreditam nas religiões tradicionais vão buscar a iluminação espiritual de outras formas.

Então, há um ponto de vista que diz que a religiosidade é boa, mesmo se Deus não existir?
Se você acredita que a religião é uma força coesa, como eu, então a religião foi certamente boa para a maioria das sociedades no passado e ainda pode ser importante hoje.

Finalmente, qual é o futuro da religião?
Enquanto a base genética para o comportamento religioso existir, as pessoas estarão inclinadas em relação à religião e as sociedades farão uso desta tendência. No entanto, a intensidade do comportamento religioso pode subir ou descer, dependendo de outras circunstâncias. Em países de estado de bem-estar social, como a Suécia, as pessoas podem não ver muita necessidade da religião, mas o instinto ainda está lá, e a religião pode se tornar mais popular no futuro. Fora da Europa, grande parte do mundo (incluindo os Estados Unidos) ainda é muito religiosa, e há pouca base para prever que, em breve, a religiosidade irá desaparecer.

30 setembro 2010

O Movimento de Extinção Humana Voluntária




fui atrás da identidade de "o coisa", que postou um comentário no post [morte & velório, by kurosawa],  fui visitar o blog dele, e num dos link indicados por ele estava isso aqui. à primeira vista, parece brincadeira, mas que nada !!