em geral, conseguimos ver nos outros, as respostas, as reações, e fazemos suposições acerca do que existe por trás das reações, das respostas...
mas temos muuuita dificuldade em fazermos isso "consigo mesmo"
isso exige um trabalho de atenção metódico de auto observação, uma certa "discipina"..... ( fazendo para si alguma pergunta do tipo: qual foi o fato? e o que existe em mim que eu reagi dessa maneira a aquele fato?)
ok, viva a diversidade!!!! somos tão diferentes...
usamos os 5 sentidos, o 6o. sentido, o 7o....
para captar o que está lá, e o que está aqui dentro.
mas
talvez, os caminhos não sejam tantos...pois se for assim, sempre há o risco de estarmos sendo levados ao léu das nossas subjetividades inconscientes, refém das nossas divagações inconscientes....
28 janeiro 2006
God ( by John Lennon )

God
God is a concept by which we measure our pain
i´ll say it again
God is a concept by which we measure our pain
i don´t believe in magic
i don´t believe in i ching
i don´t believe in bible
i don´t believe in tarot
i don´t believe in hitler
i don´t believe in jesus
i don´t believe in kennedy
i don´t believe in budda
i don´t believe in mantra
i don´t believe in gita
i don´t believe in yoga
i don´t believe in Elvis
i don´t believe in Dylan
i don´t believe in Beatles
i just believe in me
and thats reality
(yoko and me)
A canção *“God”, de **John Lennon, lançada em 1970 no álbum *Plastic Ono Band, é uma das declarações mais diretas, radicais e íntimas da carreira solo do ex-Beatle. Ela representa o rompimento simbólico de Lennon com todas as formas de crença — religiosas, políticas, culturais e até musicais — que antes lhe davam identidade e segurança.
A seguir, uma análise detalhada:
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### 🧠 1. “God is a concept by which we measure our pain”
Logo na primeira linha, Lennon redefine Deus não como uma entidade, mas como *um conceito psicológico*.
Ao dizer que “Deus é um conceito pelo qual medimos nossa dor”, ele sugere que as pessoas criam deuses, religiões e crenças para lidar com o sofrimento humano, para dar sentido à dor e ao medo. Essa visão se aproxima do pensamento *existencialista* e de *Freud*, que via a religião como uma projeção das necessidades humanas.
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### ⚡ 2. A negação das crenças
Na sequência, Lennon lista uma série de figuras e sistemas de crença:
> “I don't believe in magic / I don't believe in I-Ching / I don't believe in Bible...”
Ele cita religiões (Bíblia, Jesus, Buda), tradições espirituais (I Ching, mantra, Gita, yoga), líderes políticos (Hitler, Kennedy, reis), ídolos culturais (Elvis, Zimmerman/Bob Dylan) e até os *Beatles*.
Essa enumeração é um gesto de *desconstrução*: ele recusa qualquer autoridade externa que o defina.
Cada “I don’t believe” é uma libertação, uma espécie de purificação.
Quando chega a “I don’t believe in Beatles”, o golpe é profundo — ele mata o mito que o próprio Lennon ajudou a criar.
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### 💞 3. “I just believe in me / Yoko and me”
Depois de negar tudo, Lennon afirma apenas o que é real e tangível para ele: *a própria existência e o amor por Yoko Ono*.
É uma declaração de *autonomia radical: a verdade não está fora, em sistemas de fé ou ídolos, mas **dentro da experiência pessoal* e da relação humana autêntica.
Nesse ponto, Lennon está profundamente influenciado pela *terapia primal de Arthur Janov*, que defendia o enfrentamento das dores e traumas sem máscaras ou ilusões.
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### 🌅 4. “The dream is over”
A frase se repete como um lamento e um renascimento.
O “sonho” pode ser entendido de várias formas:
* o *sonho dos Beatles*, o mito da juventude e da revolução cultural dos anos 60;
* o *sonho coletivo de uma salvação externa* — seja religiosa ou política;
* o *sonho da ilusão*, substituído pela consciência nua da realidade.
Ao dizer “I was the walrus / But now I'm John”, ele se desfaz do personagem psicodélico de I Am the Walrus e afirma: *agora sou apenas eu mesmo, sem máscaras*.
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### 🔥 5. Sentido geral e contexto
“God” foi escrita após um período de dor e reconstrução:
* A separação dos Beatles (1970);
* O envolvimento intenso com Yoko Ono;
* A terapia primal, na qual Lennon revivia traumas da infância e a perda da mãe.
A canção é, portanto, *um manifesto de renascimento pessoal* — Lennon se despindo de mitos, fama, religião e identidades coletivas, para tentar existir como um ser humano simples, vulnerável e verdadeiro.
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### 💬 6. Síntese interpretativa
> “God” é um grito de libertação espiritual e existencial.
> Lennon rompe com tudo que o condicionava — religião, política, cultura pop — para afirmar a soberania da experiência pessoal e do amor real.
> É a morte do mito e o nascimento do homem.
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