Bom, eu gostaria hoje de falar com vocês sobre o cérebro humano evidentemente, mas numa forma que, a minha experiência profissional de quase 40 anos, e completo agora em Janeiro 40 anos de carreira.
00:26
E pelas palestras pelo mundo afora, eu noto quando começa a falar dessa maneira sobre o cérebro, as pessoas são surpreendidas.
00:34
É porque a maioria
de nós associa o cérebro humano essa massa de um quilo e meio gelatinosa entre
as orelhas apenas com a função de controlar a fisiologia do nosso corpo geral,
os nossos movimentos a nossas sensações as nossas emoções,
00:54
Mas a realidade
como o título da palestra aí do meu último livro deixa bem claro eu gosto de me
referir ao cérebro humano como o verdadeiro criador de tudo.
01:06
E como eu vou te
mostrar para vocês primeiro de uma maneira mais genérica e depois com um
exemplo muito claro que é relacionado ao tipo de pesquisa que eu fiz nos
últimos 22 anos, relativo a capacidade que nós descobrimos, de ligar a o cérebro humano a máquinas e
permitir e sem nenhum movimento só pelo pensamento.
01:26
Primeiro em animais
de experimentação e depois seres humanos paralisados conseguissem controlar
essas máquinas, sejam elas robóticas eletrônicas ou até virtuais, só com a
atividade dos seus cérebros.
01:39
Como é que toda
essa teoria eu vou apresentar a vocês, permitiu que nós criássemos essa essas
interfaces cérebro-máquina, e com elas abríssemos a possibilidade de reabilitar
de devolver funções neurológicas perdidas ou por traumas do sistema nervoso ou
por uma doença, as funções que até então eram consideradas perdidas para o
resto da vida.
02:07
E nesse instante eu
encontro-me criando uma nova página da minha carreira, usando o lema que eu vou
esclarecer vocês no final dessa aula, que é a missão, na minha opinião central,
da neurociência.
02:22
E o caminho, na
minha opinião o único caminho, que pode ser seguido pela chamada indústria do
cérebro que começa a ser criada.
02:31
Vocês não devem
saber, mas nos anos 50, a engenharia biomédica começou a se manifestar, esse casamento
da medicina com a engenharia, através da indústria do coração.
02:43
Seja, o
desenvolvimento de novas terapias de novas tecnologias para tratar moléstias cardíacas
que eram as responsáveis pelo maior número de mortes da humanidade naquele período.
02:53
Pois bem, essa
indústria gerou um movimento de quase 30 trilhões de dólares desde a sua criação
nos anos 50.
03:01
Na última análise do
que vem pelo futuro da indústria do cérebro, ela vai movimentar a de 10 a 20 vezes
mais. Porque existe um bilhão de pessoas do mundo atualmente que sofre de alguma
doença neurológica ou psiquiátrica.
03:10
Derrame, doença de
Alzheimer, depressão crônica, epilepsia crônica, doença de Parkinson, todos nós conhecemos
alguém com alguma dessas doenças.
03:26
E elas totalizam um
em cada sete seres humanos. Por isso que o meu lema daqui para frente é “vamos tratar de um bilhão”, porque essa é a missão central da neurociência, que curiosamente é
uma das grandes criações do verdadeiro criador de tudo, que é o único
objeto no universo que estuda a si mesmo,
03:49
Eu gosto de dizer que o cérebro é como um rio que você jamais cruza duas vezes. porque a cada experiência que o cérebro tem na nossa vida individual ele se transforma e se altera na sua estrutura física microscópica.
04:08
O cérebro, como um
grande amigo meu Rondon Douglas da Suíça dizia, “Ele é a única orquestra cujos
instrumentos musicais alteram a sua estrutura física a cada nota produzida.
04:24
Imaginem isso, a
cada nota que é produzida por essa orquestra neural pelas tempestades neurais, que
há 40 anos eu estudo, a cada nota, o nosso cérebro se altera. É por isso, eu vou
compartilhar aqui na minha tela, eu vou mostrar para vocês então o porquê, na
minha opinião, nós temos que chamar o cérebro humano como o verdadeiro criador
de tudo.
04:50
Como eu disse, a maioria
de nós associa o cérebro com as funções biológicas fisiológicas necessárias
para a manutenção das nossas vidas. O controle dos nossos movimentos o nosso
ciclo de vigília-sono as nossas funções cardiovasculares, as nossas sensações.
05:10
Mas o cérebro é muito
mais do que isso. O cérebro é um gerador de abstrações.
05:15
Ele incorpora toda a informação e potencial e universo que nos cerca fornece
para nós para gerar dentro dele, um
modelo de realidade que não é necessariamente em idêntico isomórfico ao que existe
aqui fora
05:35
Nós nunca realmente
vamos saber o que existe aqui fora ao nosso redor.
05:40
O que o cérebro faz
é criar o melhor modelo do mundo que nos cerca capaz de otimizar, de maximizar a
nossa chance de sobreviver.
05:52
Esse é o “verdadeiro
criador de tudo”, porque ao longo dos cem mil anos da nossa história enquanto
espécie neste planeta, o nosso cérebro de mais de 107 bilhões de indivíduos, essa
é a estimativa de quatro seres humanos viveram nesses 100 mil anos no planeta terra.
06:10
O nosso cérebro
tentou gerar modelos mentais e distrações como a noção de espaço, a noção de
tempo, a noção de relações causais entre eventos, os mitos, os deuses, a
matemática, a ciência, de tal sorte que nós pudéssemos criar e conferir,
estampar significado a tudo que nos cerca.
06:36
E dessa forma
maximizar a nossa chance de sobrevida. São essas abstrações mentais criadas
pela mente humana que não decorrer da nossa história enquanto espécie se transformaram em
objetos quase que tangíveis, apesar de serem apenas criações da nossa mente.
06:59
Abstrações tão
fundamentais que hoje como nós vimos durante a pandemia. Elas são mais
importantes do que a própria vida humana ou a própria sobrevivência da espécie.
07:18
Afinal, modelos
econômicos que só existem nas nossas cabeças, e que foram projetadas para o
mundo exterior, porque afinal de contas, nenhum formigueiro, não existe nenhuma
uma formiga em formigueiro que calcula o déficit primário ou a taxa de inflação.
07:27
Isso é uma criação
da mente humana para tentar se adaptar à realidade do mundo externo e das
interações sociais dos seres humanos.
07:38
Essas abstrações,
como dinheiro por exemplo, se transformaram em coisas muito mais relevantes
para o mundo e que nós habitamos, nesse instante, do que a própria sobrevivência da nossa
espécie.
07:48
E é por isso que
nós enfrentamos grandes dificuldades como o nosso todos testemunhamos durante a
pandemia.
07:55
São essas abstrações,
essa fábrica interminável de abstrações
que vem do trabalho coletivo das “Brain-Net”, que é como eu gosto de chamar a
rede de cérebros humanos, que ao longo da história da humanidade, gerou todo o
arcabouço mental que dá sustentação ao nosso modelo civilizatório.
08:19
É a partir disso
que a minha tese do “Verdadeiro Criador de Tudo“ foi projetado. Eu comecei a escrever esse livro logo depois da
Copa do Mundo de 2014, quando a nossa demonstração que eu vou mostrar vocês
daqui a pouquinho, foi vista por 1,2 bilhões de pessoas mundo afora.
08:36
Eu só descobri isso, porque dando uma aula em Pequim na TV chinesa, o diretor da TV me mostrou o gráfico
da audiência Mundial daquele dia, no dia doze de junho de 2014, quando no momento
da nossa demonstração, um pico de audiência de 1,2 bilhões de pessoas
assistindo, os poucos segundos que a FIFA permitiu que nós fizéssemos a demonstração
no futebol.
09:00
Para vocês terem
uma ideia, quando o Santos Dumont voou e contornou a Torre Eiffel em Paris no
dia 19 de outubro em 1901, 1 milhão de parisienses
viram esse feito que abriu um novo capítulo da história da humanidade.
09:16
Utilizando uma das grandes propriedades do que o "verdadeiro criador de tudo" que é a criação de
novas tecnologias, de novas ferramentas, para expandir a nossa capacidade de
interagir com o mundo que nos cerca.
09:31
Quando, no dia 20 de
julho de 1969, Neil Armstrong pousou na lua, aliás no dia do aniversário dos
Santos Dumont, ele pousou no mar da Tranquilidade numa cratera fica muito
próxima da cratera chamada Alberto Santos Dumont.
09:45
Uma vez que ele é o único brasileiro, até o nome dado uma cratera gigantesca na lua, 450 milhões
de pessoas assistiram ao pouso do homem na lua, para as cadeias de televisão
Americana ao redor do mundo.
09:58
Pois bem, no estádio,
na zona leste de São Paulo, do dia 12 de junho de 2014, 1.2 bilhões de pessoas viram um paraplégico usar
sua mente, para novamente caminhar e chutam uma bola e demonstrar que tudo
aquilo que era considerado apenas o domínio do milagre, ou seja, fazer um
paraplégico voltar a andar está no alcance dessa coisa que a gente chama de
neurociência.
10:23
Mas antes de chegar
lá, eu quero mostrar, como é que nesse verdadeiro criador gera suas maravilhas.
10:33
Estão aqui nesse
slide, vocês veem no canto esquerdo, o que é a verdadeira fonte de pseudo informação,
a informação em potencial usada, a matéria-prima usada pelo nosso cérebro
humano para gerar toda a nossa história e toda a civilização e todos os nossos
modelos do que é que nos cerca.
10:50
Esse aqui é o
universo que fornece essa informação em potencial que é adquirida pelo nosso cérebro,
através dos nossos sistemas sensoriais.
11:03
Aqui eu represento o
sistema visual. Essa informação potencial é transmitida para o cérebro humano
que já constrói a cada momento da sua existência um modelo neural interno do que
é que existe aqui fora.
11:21
É a cada encontro
com o Universo ao longo das nossas vidas individuais e coletivas, esse cérebro
confronta o seu modelo interno com as novas informações que chegam a ele a cada
momento.
11:32
É esse choque, é
essa verdadeira colisão que gera, que refina o modelo de universo, as abstrações
mentais que são criadas por cada um de nós e pela nossa espécie, para tentar
explicar o que acontece neste universo natural que está aqui fora.
11:54
Ou seja, para
explicar o universo natural, o nosso verdadeiro criador o universo neural, que eu
chamo de universo humano.
12:04
E para isso, ele
gerou abstrações únicas, como o espaço o tempo. Eu gosto de dizer que nem uma
estrela comemora o seu aniversário, nem um cometa sabe dizer quando ele vai
voltar para o sistema solar.
12:20
Essas noções de
tempo e casualidade de espaço são todas as criações da mente humana, e são
usadas para fazer algum sentido para extrair algum sentido lógico do que existe
ao nosso redor, e basicamente criar relações causais que permitam maximizar a
nossa sobrevivência.
12:39
E até essa fonte de
abstrações que nós geramos enquanto espécie, a nossa ciência, a filosofia, a matemática,
a arte, as religiões, os mitos.
12:51
Porque foi na
combinação das propriedades desse magnífico criador de tudo, da nossa memória, da
nossa capacidade de nos comunicarmos oralmente, também por símbolos, na nossa enorme
capacidade de gerar ferramentas, que possam aumentar a nossa interação com o
mundo e maximizar também a nossa chance de sobrevivência.
13:20
Apesar que
ultimamente nos últimos séculos, essas grandes tecnologias que nós somos
capazes de criar, estão contribuindo com qualquer coisa, para nossa própria
escravidão.
13:32
Ou seja, nós
estamos nos transformando em escravos das nossas tecnologias, como o mundo
digital atualmente mostra claramente, quanto da nossa privacidade está sendo
perdida.
13:42
Quanto da nossa própria
função cerebral e cognitivo está sendo a esculpida e transformada pela lógica
digital dos computadores.
13:51
Porque talvez vocês
não saibam, o cérebro humano não funciona como o computador, muito pelo
contrário.
13:59
Ele não funciona
com a lógica digital como os nossos computadores telefones e tudo que nós criamos
nos últimos 70 80 anos, para tentar ampliar o nosso domínio sobre o planeta a
terra.
14:14
Na realidade o nosso
cérebro funciona de uma maneira completamente diferente, de uma maneira contínua ou
analógica.
14:21
E que é basicamente
sem uma projeção 1 a 1, como a lógica digital.
14:30
Se há qualquer
coisa lógica e digital, coíbe as nossas funções, como vários exemplos hoje em dia,
demonstram nas nossas crianças na juventude.
14:45
Mesmo nos adultos
que cada vez mais demonstram, está perdendo algumas funções cognitivas.
14:50
Como por exemplo a
empatia humana, uma vez que o nosso cérebro está sendo forçado a se comportar
como máquina.
14:56
Pois bem, tudo
aquilo que nós usamos para expressar a nossa visão de mundo, as nossas abstrações
que tentam explicar o universo ao nosso redor, a nossa arte, a nossa
arquitetura, a nossa linguagem escrita, as equações matemáticas que tentam
reduzir o nosso universo, as explicações causais, todas as nossas tecnologias,
todas vem do mesmo lugar.
15:20
Vem disso, o grande
criador de tudo.
15:28
E se você puser
tudo isso junto, na forma de teorias científicas, modelos matemáticos,
religiões, visões cosmológicas, se você tomar tudo
isso, como um grande físico americano John Williams gostava dizer, o universo é
uma entidade participativa no caso dos seres humanos.
15:38
E se você somar todas
essas abstrações, o que elas tentam descrever, você obtém o universo humano, que
é a melhor descrição possível, para nossa espécie, do universo natural que nos
cerca.
15:55
Ele não é necessariamente
uma descrição fidedigna, ele é apenas a melhor descrição possível, dado o cérebro
que nós temos, como produto do processo de seleção natural que por milhões de
anos esculpiu a estrutura cerebral.
16:24
Que uma vez que nós
adquirimos a capacidade de sermos conscientes, e de interrogar o universo, nós
começamos a sentar no volante que direciona a própria estrutura física dos
nossos cérebros e a projeção das estruturas fisicamente humano a condição
humana que gera a descrição do universo.
16:46
Que é a nossa única
forma de acessar o que existe aqui fora, a nossa única forma de gerar uma descrição
da realidade.
16:55
Isso gera essa
visão que eu gosto de chamar de cérebro-centrica, É uma cosmologia cérebro-centrica,
que tem o cérebro humano individualmente
e em conjunto com o centro da nossa
cosmologia. gera um corolário interessantíssimo.
17:13
Ele sugere que se
existem formas inteligentes, e eu acredito que elas existam por todo universo, diferentes
formas que evoluíram em condições diferentes daquelas que nós tínhamos no
planeta Terra.
17:27
Cada uma dessas
formas de vida inteligente, cada um desses alienígenas, terá uma visão
cosmológica própria do universo.
17:38
Porque o seu
cérebro, seja lá o que eles usem para
interrogar o universo natural, que como
eu disse a vocês, só oferece informação e potencial, como esses cérebros evoluíram
em condições completamente diferentes, eles terão a descrição do universo
diferente da nossa.
17:54
Ou seja, se o Mr. Spock do Jornada nas Estrelas, e se realmente nos encontrar e fosse capaz de se comunicar conosco, seria muito provável que ele descreveria uma visão de universo, que não necessariamente seria a mesma que a nossa.
18:14
Poderiam haver
áreas de overlap, de correspondência, mas não necessariamente essa
correspondência seria 100%.
18:22
Ou seja, isso dá
para nós, ao mesmo tempo a dimensão cosmológica do que é a mente humana, do que
é o verdadeiro criador do tudo,
18:31
Que é capaz de
gerar uma visão, uma descrição do universo, mas também nos dá um grau de
humildade, que é muito necessário se manter, não é? O que nós estamos perdendo categoricamente
como espécie.
18:44
Uma visão, um pouco
mais humilde de que talvez a nossa descrição do universo seja ela científica,
filosófica, matemática ou religiosa, podem não ser a única, certamente não será
a única, e certamente não será a mais correta.
19:00
Pois bem, e aqui então
eu gostaria de mostrar a vocês, como essa visão cérebro-cêntrica, permite-nos
mostrar que ao longo da nossa história, dos últimos 30 mil anos da pré-história
humana até os últimos segundos da nossa existência.
19:16
O cérebro humano
produzindo diferentes descrições do universo, a começar com os nossos antepassados
do paleolítico superior.
19:22
Essa aqui é uma
foto de uma das cavernas subterrâneas na Europa, chamada a capela Sistina da
pré-história, onde seres humanos como nós, com o mesmo cérebro como o nosso,
19:35
15 mil anos atrás, penetraram
no subterrâneo dessa Caverna de Lascout e usaram a tintas feitas de terra de
pigmentos de plantas de árvores de solo, para representar usando a configuração
tridimensional do teto, das paredes e do solo dessas cavernas. a sua visão
cosmológica.
20:06
Que era centrada no
mundo natural, em particular nos animais que conviviam e a natureza, que eram
de certa forma a embutidas na mente humana, é porque o ser humano nessa época
tinha uma vida completamente analógica.
20:26
Ele dependia desses
animais para seu sustento para sobreviver às intempéries do clima, do período de glaciação, do período de seca.
20:35
E ele dependia da
natureza para absolutamente tudo, e com ela, com essa natureza, ele tinha uma
relação não só de sobrevivência, mas uma relação mística, uma relação teológica,
e era a natureza ao centro da cosmologia humana.
20:53
E é por isso que em
Lascout e em múltiplas outras cavernas, os nossos ancestrais não desenho a si mesmo,
você não vai encontrar figuras de seres humanos.
21:04
No máximo você vai
encontrar impressões das mãos de crianças, adultos, homens, mulheres, idosos,
crianças que penetravam nessas cavernas provavelmente seguindo o seu xamã, seus
líderes, religiosos para rituais e celebração.
21:22
E que usavam essas
esses imprints das suas mãos, seja para autoria, determinar a autoria dessas
grandes pinturas paleolíticas, ou para representar sua provação dessas imagens pictóricas
da pedra, que representavam ao centro do universo humano, que era basicamente a
natureza que o cercavam.
21:48
Pois bem, vamos 16
mil anos no futuro, na Renascença Italiana, agora numa outra Catedral, da Capela
Sistina em Roma, o centro do universo agora é o homem, criado à imagem e semelhança
do seu criador, que foi gerado na mente desse homem, mas que basicamente representa
tudo aquilo que é agora o centro do universo humano, o homem propriamente dito.
21:48
No Renascimento Italiano,
artistas como Michelangelo recuperaram a visão clássica grega e permitiram, levaram
de volta ao centro do universo, que havia se perdido durante a idade média,
levaram o homem de volta ao centro do universo.
22:44
É nessa época que
surge a perspectiva nas pinturas, porque o mundo agora, o universo como um todo
é centrado nas retinas do pintor, que precisa reproduzir esse universo na mesma
configuração tridimensional detalhada,
22:53
Que a mente humana
consegue construir, para que todos nós possamos inspecionar e se maravilhar com
as grandezas infinitas do universo que nos cerca.
23:08
Ou seja, a arte é a
grande forma de expressão dessa nova visão cosmológica que coloca o homem no
centro do universo.
23:20
E se nós entramos
mais 500 anos no futuro, essa visão muda completamente, quando a ciência tenta
descrever o centro do universo como sendo a origem do universo como sendo essa
grande explosão chamada de Big Bang,
23:33
Que gerou toda
matéria que em se encontra no universo hoje como visto aqui nessa representação
da Nasa, mostrando as diferentes etapas de evolução do universo nos últimos 14 bilhões
de anos
23:53
Onde vocês podem
ver que o homem nem é representado, o homem é uma pequena fagulha, um pequeno
grão de poeira cósmica, sem relevância nenhuma nessa visão a científica, do que
o universo é, dessa visão cosmológica.
24:12
O que pouca gente
sabe, pensa, e para para pensar, é que todas essas visões vieram do mesmo lugar,
do verdadeiro criador de tudo, todas elas são abstrações mentais que tentam
explicar da melhor maneira possível, a cada momento histórico, o que existe ao
nosso redor.
24:45
É um outro tipo de informação,
que no meu livro eu chamo de a informação goderiana, em homenagem a um dos maiores
matemáticos de todos os tempos, Kurt Gödel , melhor amigo de Albert Einstein.
25:06
Definiu o Teorema
da Incompletude, que é uma discussão maravilhosa que eu tento fazer no livro
para esclarecer em detalhes o que isso significa.
25:12
Mas basicamente, o
que ele quis mostrar é que existem limites lógicos da mente humana, que nós
temos certas regiões de conhecimento, que nós nunca vamos conseguir penetrar, porque
existe um limite lógico imposto pela biologia disso que a gente carrega entre
as orelhas.
25:30
E esses limites são
representados por múltiplos fenômenos, os fenômenos que foram descobertos por diferentes
pesquisadores em diferentes áreas da ciência
25:40
Mas que convergem
para mostrar que nós somos na realidade, enquanto espécie, uma ilha, uma ilha cercada
por um universo, um mar, no oceano gigantesco de desconhecido.
25:55
E que a cada gota,
a cada pedregulho de conhecimento que nós incorporamos, nós tentamos ampliar levemente
a área dessa ilha, pedra a pedra, grão a grão.
26:07
Mas que infelizmente,
provavelmente esse oceano de desconhecido jamais poderá ser conhecido, conquistado
pela mente humana.
26:14
Mas mesmo assim, nós teremos a oportunidade de explicar uma
quantidade razoável de informação potencial, que o universo nos apresenta.
26:20
E são dessas formas
de processamento de informação, utilizando as nossas memórias orgânicas que não
tem nada a ver com memórias de computador.
26:35
Por isso que nós
nunca vamos poder fazer um download da nossa mente em alguns CD-ROM, ou no Cloud,
ou nunca vamos fazer um upload de informação.
26:45
Os nossos sistemas
motores, sensoriais, límbicos, emocionais, que nós fomos criando abstrações
cada vez mais sofisticadas, as nossas crenças, o nosso senso estético,
26:55
O próprio senso de ser,
a nossa ilusão de que nós ocupamos um único corpo e que somos um indivíduo vem
da mente humana, ela é uma enorme abstração.
27:05
E não é presente em
todos os seres vivos, muito pelo contrário, é um número muito restrito de espécies,
tem essa sensação de existir, como um senso, como indivíduo isolado no universo.
27:20
Todas essas abstrações
que vão crescendo nessa escala aqui de complexidade, intuição, discernimento, criatividade,
deuses, mitologia, tecnologias, ciências, geraram abstrações que se tornaram
mais importantes hoje em dia,
27:35
Nos nossos tempos
ditos modernos, que de modernos eu diria não tem muito pouco, que nós formos
comparar com outros momentos da nossa história.
27:48
As abstrações como
religiões, doutrinas econômicas e ideologias políticas, impérios, reinos, mercados
de ações e derivativos, que o Eduardo conhece muito melhor do que eu,
27:57
Noções de nacionalismo,
racismo, globalização, sistemas financeiros, a cultura da máquina, a igreja dos
mercados, o deus dinheiro, trans-humanismo,
a inteligência artificial, que de inteligente não tem nada, muito menos de
artificial, porque é uma criação da nossa mente, criptomoedas,
28:17
Enfim essas abstrações
foram ficando cada vez mais complexas e cada vez menos tangíveis, menos
concretas um ótimo exemplo disso é o dinheiro.
Eu pus esse gráfico aqui, porque ele ilustra muito bem como no início da história da humanidade, o que nós usávamos como forma de estocar valor, e transferir valor para realizar transações comerciais, eram coisas absolutamente concretas
28:49
Os astecas usavam grãos
de cacau ou roupas de algodão. Na África, conchas eram usadas como moeda de
troca, na China, em Roma, no altos Saara,
29:02
Na Ásia o arroz, na
Babilônia cevada, à medida que há evolução do pensamento das formas de obter
valores, tocar valor, foram crescendo nós usamos diferentes metais,
29:13
Como o ouro na Mesopotâmia,
a prata, moedas de eletroquímico geraram na Lídia do lado da Pérsia em 640 BC,
antes de Cristo as primeiras moedas que era extremamente conveniente,
29:27
Porque você poder encher
seu bolso de moedas, mas seria grande dificuldade encher seu bolso de barras de
ouro, e à medida que essas moedas foram surgindo outras formas,
29:36
Outras abstrações
que contém valor, e que podem ser transferidos de mão em mão foram sendo
criadas como o dinheiro na forma de papel, que aparece na China muito antes do
mundo ocidental,
29:50
E finalmente abstrações
como cartões de crédito, até chegarmos ao dinheiro eletrônico, ao dinheiro
digital e hoje as criptomoedas.
Que na realidade, se
nós tivermos em algum momento, o que é muito possível, dado a estatística desses fenômenos solares, uma tempestade
solar que chega no planeta terra, e basicamente torra toda a nossa civilização
eletroeletrônica,
30:14
Uma boa parte do dinheiro do mundo hoje é digital e eletrônico, todos nós vamos ficar igualmente pobres, porque todas as contas bancárias e todos os saldos bancários vão desaparecer instantaneamente, de todos os computadores do mundo foram queimados por uma tempestade eletromagnética,
30:31
Mas veja a
diferença, de grau de abstração da mesma coisa, dinheiro no mundo atual e no mundo
de alguns milhares de anos atrás,
30:40
Isto é todo
trabalho da mente humana, essa evolução, de complexidade, de perda de tangibilidade,
das abstrações, vem do verdadeiro criador de tudo.
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