27 março 2019

alan watts - o despertar da consciência



00:00 Os cincos agregados são basicamente os elementos de corpo e mente . Eles são como cinco camadas. Nossos corpos e mentes são como cinco camadas, de modo grosseiro, a mais sutil camada de consciência.

00:15 Nosso corpo é camada externa e o mundo exterior. Este corpo físico e o mundo exterior de som e objetos. São, o que é chamado de primeiro grupo de apego.


00:25 O primeiro agregado do apego.  Porque nos apegamos a esses objetos como sendo [eu], [mim], [meu]. Nós desenvolvemos um apego a eles.


00:44 Nós desenvolvemos apego e aversão a esses objetos sensoriais.


00:44 E isso mantém a nossa mente para os seus padrões rotineiros de ação e reação e tipos negativos de reações.


01:05 Então, nós precisamos ser capazes de deixar passar o corpo e o mundo exterior para manter a direção da mente para dentro .


01:16 Meditação vipassana é um processo de nos desapegarmos do mundo exterior e direcionarmos nossas mentes para dentro do corpo,


01:25 passando pelas várias camadas sutis de experiência mental, até o próprio centro da mente, até a origem do pensamento, até a origem da consciência .


01:37 Então na prática da meditação, nós nos centramos no corpo e aprendemos a nos desapegar do mundo exterior e até do corpo físico.


01:50 Nós temos que ir para dentro da pele.


01:54 Então, o primeiro agregado é o corpo físico, a parte externa do corpo físico e o mundo exterior, que temos de sair ou desapegar, para atingir o segundo agregado.


02:09 O segundo agregado é chamado de agregado das sensações ou sensações..


02:14 No corpo nós sentimos as sensações como tantas sensações diferentes indo e vindo pelo corpo.  


02:24 O corpo é feito de células moléculas átomos que estão sempre mudando.


02:29 As Sensações tem três qualidades Sensações agradáveis, desagradáveis e neutras.


02:41 Uma das Sensações tão dolorosa e nos apegamos a elas com aversão.


02:52 Outras Sensações são agradáveis e nos apegamos a eles com cobiça ou desejo é a mente fica presa ali.


03:01 E por causa desse apego às sensações nós também criamos KARMA por ações do corpo e da fala baseada nessas sensações.


03:13 Mas as Sensações são muito importantes. Eles são a base inicial do processo mental.


03:15 Então nós experimentamos uma sensação no corpo e na mente. A mente sente que aquilo é algo agradável, desagradável ou neutro, então reage a isso.


03:40  Mas foi a mente que criou essas ideias de agradável ou desagradável. Na verdade, nenhum objeto é em si agradável ou desagradável.


03:53 Foi a forma em que fomos treinados a reagir a essas sensações.


03:59  Por exemplo.: você vê um determinado tipo de comida. Você pode produzir uma sensação agradável ou desagradável em você.


04:14  Você pensa: “eu gosto dessa comida”, ou “eu não gosto dessa comida”, por causa da sensação que isso produz na mente.


04:23 O sabor ou o cheiro agradável: nós apegamos as sensações.


04:32 Então, na meditação Vipassana, nós treinamos a notar em primeiro lugar, as sensações do corpo.


04:39 Então você sente, por exemplo, uma coceira no corpo. E você só faz uma anotação mental: “sensações”, “sensações”, “desapego”, você deixa passar.


04:52 E você tenta ver como essa sensação duram alguns momentos, crescem e depois desaparecem.  E você pode ver a mente tentando reagir a isso. Mas você relaxa e deixa a sensação chegar a seu ápice e então desaparecer.


05:11 Ou uma sensação agradável pode acontecer no seu corpo. E você se treina para ver como essa sensação agradável chega cresce e depois desaparece.


05:24 E como a mente tenta se apegar a essas sensaçõe.


05:29 É o mesmo com o som: você ouve o som agradável e você vê sua mente tentando desfrutar e se apegar.


05:38 Ou então é um som desagradável e você ver como a mente quer fugir dele.  


05:45 Então treinamos simplesmente a observar e saber: “Esta é uma sensação agradável”. “Esta é uma sensação desagradável”.


05:55 E ver como essas sensações estão surgindo e desaparecendo, ou seja, eles aparecem e se vão.


06:01 Mas sem apegar a elas, porque normalmente, nós nos apegamos a eles.


06:05 É por isso que eles são chamados de agregados do apego.


06:11 Então pela observação das sensações, podemos ver como elas são impermanentes, elas duram apenas alguns segundos e desaparecem.


06:17 E então podemos manter nossa mente centrada no corpo, respirando e deixando passar as várias sensações.


06:31  Há sensações corporais, há sensações produzidas pela audição,  são produzidas por ver, sentir um cheiro, provar algo, e até sensações da sua mente.


06:41 Você pode estar sentado e vem uma memória desagradável do passado. É uma sensação desagradável sobre a qual você não quer pensar.


06:54 Ou você cria alguma fantasia agradável e que tenho sentimento agradável que vem de imaginação, uma fantasia agradável. Até sensações produzidas pelos nossos pensamentos.  


07:08 Na meditação Vipassana, treinamos a deixar passar todos esses diferentes tipos de sensações, de maneira que possamos atingir uma concentração mais profunda.


07:17  Quando nos apegamos as Sensações e isso atrapalha a nossa concentração e a prática não se aprofunda.  


07:29 Então deixamos passar as sensações e você atinge o terceiro agregado chamado percepções.


06:11 E percepções são as imagens mentais que aparecem na nossa mente produzidas pelas sensações.


07:46 Sensações são basicamente vibrações.


07:54 Mas por causa da memória a mente vai lembrar daquele expressão e criar uma imagem a partir dela.


08:01 Como ao ouvir: você está sentado em meditação escuta um som como o de pássaro.


08:09 Você escuta é só um som. Uma vibração sonora. Ma por causa da memória, a mente reconhece esse som como o de um tipo particular de pássaro.


08:21 E a imagem mental ou lembrança dele é a percepção.


08:29 Quando nos apegamos a essa percepção, começamos a pensar nela. Começamos pensar sobre o passado, pensar sobre o futuro, desenvolvendo mais cobiça ou raiva.


08:40 Dependendo da nossa relação com esse objeto no passado.


08:47 Ver a percepção é um nível mais profundo de consciência.


08:54 Você tem de desenvolver um certo nível plena atenção e concentração para ver as percepções.


09:04 Então, treinamos na meditação Vipassana, quando estamos sentados e ouvimos um som,  a estamos conscientes do “tô ouvindo”, “tô ouvindo”, e saber que isso é apenas uma sensação, sem criar a percepção dela.


09:23 Ou você tem uma dor no corpo: você apenas faz uma anotação mental: “sensações”, “sensações”, ao invés de tornar essa sensação, a percepção do meu joelho.


09:40 Se você tem uma dor no corpo, você já o identifica como meu corpo. A mente se apega a essa percepção e sofre com ela, fica perturbada por ela.


09:52 Então, ao contrário, tentamos observar essas percepções e deixá-los passar.


10:00 Dessa maneira, a mente pode atingir um nível mais profundo de concentração.


10:05 E então chegamos ao quarto agregado, que é chamado de reações ou formações mentais.


10:16 Basicamente, é uma reação a sensações e percepções às quais reagimos com várias emoções, como cobiça, raiva, preocupações, ansiedade, estresse e tantas outras reações mentais, que são originadas pelo apego às percepções.


10:40 As formações mentais são os impulsos desfazer algo.


10:47 Se você sente uma coceira no corpo você tem impulso de coçá-la.


10:53 Mas você só faz uma “anotação” mental de “impulso”, “impulso”, ou “vontade”, “vontade” e você deixa passar, você relaxa não cede à vontade de coçar.


11:07 Dessa forma você também alcança um nível mais profundo de plena atenção.


11:13 Até agora, cobrimos quatro dos cinco agregados: o corpo sendo nossa camada externa, como uma casa.


11:27 Então quando deixamos isso passar, podemos alcançar o sentimento das sensações agradáveis, desagradáveis ou neutros.


11:37 Nos deixamos passar e podemos observar diretamente as percepções.


11:42 Deixamos as percepções passar e podermos receber diretamente as formações mentais e as reações que nos impele a fazer coisas.


11:53 Então deixamos isso passar e você alcança um nível mais interno dos cinco agregados: aquele da própria consciência.


12:05 A consciência em si e o sentido do EU.


12:12 Por isso,  eu a chamo de “A consciência do Eu”. De maneira que mesmo que você deixe passar a forma, sensações, percepções, formações mentais e a mente fique tranquila, persiste a ideia de “Eu estou meditando”.


12:25 Identificamos essa consciência como sendo Eu.


12:30 Então,  eu quero falar mais sobre a “natureza da consciência”.


12:36 A consciência é o aspecto mais útil da nossa mente. A consciência é a faculdade da mente de conhecer. É a parte da mente que é consciente e experimenta os objetos.


12:51 Tudo o mais, com a forma,  as sensações, as percepções, as reações, as emoções e assim por diante tudo isso são objetos da consciência.


13:07 E geralmente consideramos essa consciência como sendo “Eu”. Há uma sensação de “eu estou consciente”. Há uma sensação de “sou eu quem está ouvindo, vendo, sentindo o gosto, o cheiro, tocando, pensando, gostando não gostando e assim por diante.


13:24 Então é à consciência que nos apegamos sendo “Eu”. E muitas vezes essa consciência pode até mesmo ser considerada como a alma de uma pessoa. Mas no ensinamento budista, essa consciência e,  especialmente a consciência do ego, não é uma consciência inerente


13:50 Não é algo permanente ou eterno, mas é algo criado. Então a sensação do eu é criado dentro da mente por causa do apego.


14:03 É essa sensação do eu que persiste, a mente deixar passar totalmente é transcender para experimentar o estado de unidade, o  estado de um com o todo, experimentar aquilo que está além da mente e da meta.


14:24 Sendo assim,  é muito importante entender no ensinamento budista, a natureza da Consciência do Ego de ser capaz de deixá-la passar.


14:34  o que acabamos vivendo a vida toda em função desse Ego e para te satisfazer os desejos de ciego basicamente esse ego esse sentido eu é feito de desejo. Não pode existir ego sem desejo e nem desejo sem ego dois lados da mesma moeda.


14:58  É importante ver isso também no processo de meditação e no desenvolvimento da sabedoria como esses dois elementos viagem entre si dois elementos interagem entre si


15:14  quando a criança nasce a criança não nasce com sentido de eu sensação só se desenvolve depois de seis anos de vida do bebê


15:27  A sensação de eu começa a se desenvolver porque quando essa criança nasce dá-se um nome a ela


15:32  E os pais seguram, os parentes vem apertar suas bochechas e segurar os no colo pelo seu nome eles dão todo tipo de atenção


15:44  Mas, no começo, a consciência de criança é mais “oceânica”.  Essa criança ainda não tem nem mesmo a ideia de que ela é diferente de sua mãe ou de qualquer outra pessoa.


15:54   Mas gradualmente a sensação do eu se coagula e o núcleo de uma consciência começa a se formar.


16:05  E, por causa da atenção que a você está dando a criança,  chamando a pelo nome ela gradualmente vai tendo a ideia de que existe uma entidade ou uma pessoa permanente nesse corpo e mente, e que essa consciência pertence a esse corpo.


16:25 No ensinamento budista esse apego a sensação de Eu é o nível mais profundo da ignorância e também o nível mais profundo da causa de sofrimento.


16:34 Nos damos conta disso quando meditamos e conseguimos nos desapegar do corpo do sentimento das percepções das formações mentais


16:46 Mas mesmo quando a mente está bem tranquilo a sensação do eu ainda está presente devemos voltar nossa atenção para isso e tentar nos desapegar dessa sensação de eu


17:00 Mas é importante era a relação entre o ego e o desejo, por que enquanto a mente estiver apegada aos outros agregados a sensação de “Eu” parecerá real.  


17:17 Quando nos desapegamos do desejos, quando nos desapegamos do desejo e do apego, a sensação do eu começa a desaparecer


17:28 Porque isso não é algo concreto,  é algo que está principalmente na mente:  é somente um aspecto do pensamento ela está sendo criada e cada momento


17:42 Essencialmente,  o impacto sensorial está surgindo e passando, principalmente a consciência de ego, a sensação dessa consciência que está experimentando objetos externos


17:56 Esse aspecto do pensamento está sendo recriada a cada momento pela escuta, visão, paladar, olfato e tato.


18:02 A consciência do Ego surge e depois vai embora. O Buda descreve consciência, a consciência do Ego, como quando sentamos aqui,  olhamos ao redor e vemos esse fluxo de imagem de tantas coisas diferentes


18:19 Mas isso é uma ilusão criada pela mente a consciência parecida com um rolo de filme esse rolo de filme é feito de várias poses com um pequeno espaço entre elas.


18:39 Então temos um filme inteiro feito de centenas e milhares de quadros individuais com um espaço no meio. Quando colocamos um projetor com luz ele aparece como um fluxo contínuo de eventos..


18:57 uma imagem aparece Ela parece ser real então nos apegamos a ela da mesma maneira é a consciência basicamente quando olhamos para fora e vemos coisas estamos assistindo um filme que queremos a nossa mente


19:16  Não vimos o surgimento e o desaparecimento desses movimentos os quais ouvimos, vemos, sentimos o cheiro, o gosto, o toque.


19:24 na verdade não os vemos, porque nossa mente é muito lenta. A mente é muito vagarosa. Então é como se cada um desses fragmentos passasse ao mesmo tempo.


19:32 então surge a ilusão de um mundo sólido,  a ilusão de um “Eu” que está experimentando algo. Esta é basicamente uma ilusão muito inteligente, mas profundamente enraizado na mente.


19:46 Esse é,  na verdade, o nível mais profundo da Meditação Vipassana: ver a realidade como ela é,  ver a consciência como ela é, surgindo momento a momento por meio dos estímulos e sentidos.


20:04 Ver como nos apegamos aos objetos, como nos apegamos ao sentido do “Eu”. Que basicamente nos leva a fazer tudo o que fazemos na vida..


20:16 Porque toda vida é levada pelo sentido do eu porque o eu em seguida desenvolve cobiça e desenvolve a versão fica presa uma rede de Karma.


20:27 Então, ver a natureza ilusória e de consciência nível é o nível mais profundo do Insight.  Primeiro desenvolve seu Insight da natureza da impermanência, o insight de que diversos fenômenos sensoriais o corpo e o mundo material estão sempre mudando.


20:49 E também que as percepções e os sentimentos e as formações mentais estão sempre mudando. Mas no nível mais profundo, vê-se como a própria consciência simplesmente surge e desaparece.


21:05 a nossa consciência possui três aspectos o conhecedor que é a sensação de eu sensação de selfie ao conhecido Que objeto que estamos experimentando.


21:29  quando se ouve um som Este é conhecido no sentido de que estou ouvindo um som o conhecedor com o sujeito e objeto mas nós não vemos o que existe no meio


21:32  no meio está a consciência no meio está a consciência do estar consciente mas não não a vemos porque a mente pula do conhecedor para o conhecido dentro do seu apego


21:48 estamos tão focados nos objetos do nosso amigo que não vemos no aspecto existente entre eles não vemos o estar consciente


21:59 E é assim que é visando eu surge então não treinamento digitação em primeiro lugar devemos nos desapegar do objeto.


22:12 Quando estamos prontos a nos desapegar do objeto então a sensação do eu começa a enfraquecer, mas ainda está lá.


22:21  E aí devemos voltar nossa atenção para essa sensação do “eu” para ver como essa sensação surge. E podemos observar diretamente como a sensação do “eu” cresce de acordo com a dimensão do novo apego ou aversão.


22:36 A sensação de perigo parece ser bastante real e forte. Mas com a prática de Vipassana, começamos a deixar passar o apego e as reações aos vários estímulos, e então a mente pode expandir.


22:53 E ao se expandir,  a mente percebe que mais e mais coisas podem surgir e desaparecer sem apego e a sensação do “eu” começa a desaparecer.


23:05  Esse é percepção direta,  uma observação direta de como a sensação do eu é feita de desejo. Quanto mais desejo e aversões você tem mais forte o sentido do eu.


23:21 E quando você deixa passar,  a sensação do eu começa a enfraquecer,  e com tempo, desaparece. Mas o problema que acontece com muitos meditadores é que eles conseguem deixar passar todas essas coisas,  mas quando começam a desapegar do mundo exterior, das suas sensações, percepções e pensamentos, o medo surge.


23:40 Por que é basicamente como o medo da morte,  principalmente o medo da morte do ego: o meio de se desapegar da sensação do “eu”,  desapegar do pensar que o eu é é de alguma forma real.


23:58 Então você nunca vai conseguir se livrar disso, entrar nos níveis mais profundos de meditação,  porque nesses níveis profundos da meditação, isso parece como a morte ou a morte do ego.


24:16. E é por isso que a mente das pessoas é empurrada de volta para mais atividades. Elas começam então a fazer coisa e a pensar para não perder a sensação do eu.


24:29 Mas se compreender a natureza do ego, e do eu,  então não vai ter medo de deixar passar. E se você é capaz de gradualmente deixar passar,   então você poderá experimentar uma transformação completa da consciência.


24:48 A consciência se transforma num tipo de experiência mais expandida e universal quando a sensação do “eu” desaparece. Essa é uma experiência muito prazeirosa.


25:04 Isso é a verdadeira libertação, porque a maior prisão é estar preso no ego., ser um prisioneiro “eu”, “me” e ““meu”.


25:17 E ver-se preso no “eu”,  “me”, “meu” e todos os seus hábitos. Então quando se é finalmente capaz de se desapegar dos últimos traços de sensação do “eu”, sua mente se torna livre.


25:34  Na linguagem do Buda, esse  é o mais profundo do estado de liberação. Mas esse é um processo gradual.


25:44 Primeiro nos liberamos do apego às coisas externas do apego às Sensações do apego as percepções nos liberamos na prisão dos formações mentais das ações e por fim o intelectual.


25:54 Esse último vestígio de trás do eu e se experimenta a verdadeira liberação do sofrimento.


26:13 é assim que pela superação do eu, esse é o nível mais profundo que se pode experimentar o fim do sofrimento e também se pode experimentar as quatro nobres verdades.


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